A Revolução Federalista foi uma guerra civil ocorrida na Região Sul do Brasil, entre 1893 e 1895, poucos anos após a Proclamação da República. O conflito teve início com uma crise política gerada pelos Federalistas, grupo opositor ao governo de Júlio de Castilhos, então presidente do Rio Grande do Sul, que tinha como objetivo descentralizar o poder da recém-implantada República.
Este tema é do interesse do escritor Rodrigo Tavares desde sua infância. A Revolução Federalista sempre lhe despertou curiosidade, principalmente pela dificuldade de entender como a barbárie absoluta pode ser causada por questões políticas. Anos depois ele se deu conta de que a história ensinada na escola não era a mesma que estava nos diários dos revolucionários.
130 anos depois e ainda enfrentamos situações de violência por motivos políticos. Assim, a situação presente levou Tavares a revisitar o tema, entendendo que o termo “fake news” pode ser novo, mas que desde sempre os vitoriosos deixaram registrados os seus pontos de vista.
EDUARDO BUENO FALA SOBRE A REVOLUÇÃO FEDERALISTA.
[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=laEwdBCUP4s[/embedyt]
Em Carancho, seu quarto romance, Rodrigo Tavares retoma a Revolução Federalista por outros olhares. A narrativa se inicia em 1893, ano em que estourou a revolução que ficou conhecida como Guerra das Degolas. Enquanto os caudilhos moviam as peças nos campos de batalha, Tarcísio lutou junto às tropas de Gumercindo Saraiva em busca de vingança: tinha contas a acertar com o soldado castilhista Hermano López.
Conduzido por Brida, sua esposa morta, o protagonista se envolve em uma jornada de confrontos cheios de sangue e carentes de sentido, em que a loucura estava sempre à espreita. Mais do que isso: A narradora conta uma história sob o ponto de vista que foi apagado pela historiografia oficial. Ao mesmo tempo em que dá luz aos motivos dos maragatos, Brida expõe aos leitores faces nem um pouco glamurosas de uma revolução conduzida por homens que, em última instância, defendiam seus próprios interesses. Nessa defesa, as pessoas comuns dos campos eram apenas peças de um jogo que sequer compreendiam.
Essa é a história que Rodrigo Tavares apresenta ao leitor em seu novo romance Carancho, publicado pela Diadorim Editora.
Carancho será lançado na Casa da Radiosul, em Porto Alegre, no dia 08 de julho. A sessão de autógrafos será a partir das 18h30, quando Rodrigo autografa Carancho e Henrique Fagundes da Costa autografa Passo Real do Candiota. Em seguida, os autores apresentarão seus livros e a festa continua com show do Pirisca Grecco.
Sobre o autor
Rodrigo Tavares nasceu em Bagé, em 1986. Idealizador e realizador do FestFronteira Literária, é autor de Noite escura (2009), Andarilhos (2017) e Ainda que a terra se abra (2020).