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Diversidade brasileira é retratada na nova montagem do clássico “Bonitinha, Mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues,

Sol Miranda, Emilio Orciollo Netto e Lorena Comparato encabeçam o elenco de 16 atores do espetáculo que estreia dia 16 de agosto, no Teatro Nelson Rodrigues.

Violência contra a mulher, racismo e hipocrisia são alguns dos pilares de “Bonitinha, Mas Ordinária”, clássica peça escrita por Nelson Rodrigues (1912-1980), que ganha nova montagem mais de 60 anos depois da sua estreia inicial. Naturalmente, ela chega em 2024 necessitada de algumas reparações, para poder ser levada à cena contemporânea, sob a direção de Bruce Gomlevsky, um dos mais premiados encenadores da atualidade. Esta adaptação conta com um elenco de 16 talentosos atores do nosso teatro, entre eles, Ricardo Blat, Sirléa Aleixo, Cláudio Gabriel, Sylvia Bandeira, Alice Borges e Emilio Orciollo Netto, idealizador e um dos produtores do espetáculo, que estreia dia 16 de agosto, às 19h, no Teatro Nelson Rodrigues, no Centro, para uma curta temporada que promete sacudir a cena teatral carioca.

“Quando reli a peça, a questão racial logo veio à tona, não poderia fazer uma montagem só com atores brancos. Então, fomos formando um elenco mais plural, de 20 a 70 anos. O texto fala sobre essa elite do atraso que está no poder há anos oprimindo pessoas. As lutas identitárias não podem perder o foco, já que a exploração e a desigualdade continuam”, diz Bruce Gomlevsky, que decidiu manter a encenação ambientada na década de 1960.

Assim, a peça, que também já foi levada ao cinema três vezes, é, pela primeiríssima vez, protagonizada por uma família preta, encabeçada pela atriz Sol Miranda, que dá vida a Ritinha, personagem que já foi encarnado na telona por Odete Lara, Vera
Fischer e Leandra Leal.

“Ao mergulhar no texto, lendo e relendo, entendi que, desde o princípio, esta era para ser uma família negra. Por todo o contexto: a maioria das mães-solo no Brasil são pretas, tem uma realidade aí”, observa Sol.

Na trama, Ritinha se torna um dos vértices de um perverso triângulo amoroso, formado por Edgard, personagem de Emilio Orciollo Netto, e Maria Cecília, vivida por Lorena Comparato, que tem um pai que é uma fera, Werneck (Ricardo Blat), e uma mãe subserviente, a Dona Lígia, de Sylvia Bandeira. O chefe de família deseja que a menina se case o quanto antes, após um “suposto” evento traumático, em que a moça teria sido estuprada.

“A peça é cheia de camadas, estamos falando de assuntos que são a ordem do dia. É muito contemporâneo. E só faz sentido se a gente abrir a cortina e revelar os corpos diversos do elenco: trabalhamos aqui com diferentes olhares para o teatro, sexualidades plurais, tons de pele, idades. É uma peça que fala sobre racismo, opressão, desigualdade. Creio que a família brasileira vai se ver neste espetáculo”, aposta Emilio.

Para Lorena Comparato, mesmo Nelson tendo sido um homem branco e controverso, há muito mais nas entrelinhas dos seus textos do que se pode imaginar, ainda mais sobre o universo feminino. “Tem sempre muita ironia. E o Nelson fala aqui de mulheres complexas, que têm desejos sexuais, que são capazes inclusive de matar. O linguajar rodriguiano é único”, destila Lorena.

FICHA TÉCNICA
Texto: Nelson Rodrigues
Idealização: Emilio Orciollo Netto

Direção: Bruce Gomlevsky
Elenco:
Emilio Orciollo Neto / EDGARD
Sol Miranda / RITINHA
Ricardo Blat / WERNECK
Cláudio Gabriel / PEIXOTO
Lorena Comparato / MARIA CECÍLIA
Júlia Portes / MARIA CECÍLIA (Stand-in)
Alice Borges / TEREZA
Sirléa Aleixo / D. IVETE
Marilia Coelho / D. BERTA
Sylvia Bandeira / D. LÍGIA
Jitman Vibranovski / VELHO
Kênia Bárbara / AURORA
Ágatha Marinho / NADIR
Aline Dias / DINORÁ
Junior Vieira / ALÍRIO
Vini Portella / OSIRIS
Leo de Moraes / ALFREDINHO
Assistente de Direção: Elisa Tandeta
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Cenário: Nello Marrese
Figurino: Maria Callou
Iluminação: Elisa Tandeta
Assistente de produção: Vini Portella/ Junior Vieira
Diretor de Palco: Leo de Moraes
Camareira: Flavia Cotta
Assistente de Camarim: Grila Grimaldi
Assessoria de Comunicação: Barata Comunicação e Dobbs Scarpa
Produtores associados: Emilio Orciollo Neto, Bruce Gomlevsky e Luiz Prado
Direção de Produção: Luiz Prado
Realização: Quereres Produções e LP Arte Soluções Culturais
SERVIÇO
CAIXA CULTURAL RJ – Teatro Nelson Rodrigues
Av. República do Paraguai, 230 – Rio de Janeiro/RJ
Dias: 16/08 a 08/09/2024
Horários: quinta a sábado, às 19h, Domingo, às 18h30

Preço: R$ 40 (inteira plateia) | R$ 20 (meia-entrada plateia) | R$ 20 (inteira balcão) | R$
10 (meia-entrada balcão)
Bilheteria: Terça a sábado, das 13h às 19h, domingos e feriados, das 13h às 18h
Lotação: 417 lugares
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Informações: (21) 3509-9621

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